6 de nov. de 2010

A resposta está na busca e não no fim dela

Uma frase que me ocorreu.
Por mais que nao seja muito original...


Quanto mais pensamos na busca e no que estamos buscando mais distante se torna o fim da busca, no final nos damos conta que só resta aproveitar o melhor possível a busca, para que no final, ao olhar para trás nao nos arrependamos do caminho traçado.

31 de out. de 2010

E a história se fez… Eis que o Brasil tem a sua primeira presidenta eleita!

Eis que o Brasil tem a sua primeira presidenta eleita!

Algumas considerações...

O que isso representa para a esquerda brasileira:

- Continuamos na luta, como todos os dias. A vitória contra Serra, no meu ponto de vista, foi importante. Ele representa uma parcela da direita mais extrema que existe no Brasil. Bastam ver os apoiadores de ambas as campanhas. Enquanto Dilma tinha apoio de muitos importantes pensadores e artistas brasileiros, como Frei Betto, Leonardo Boff, Chico Buarque, dentre tantos outros, Serra tinha os pastores e padres mais conservadores do Brasil. Então eu me oponho ferozmente a quem diz, inclusive parcelas da esquerda brasileira, que eleger Dilma ou Serra seria a mesma coisa.

- Não tenho ilusões com o governo de Dilma! Sei que ela e todo o PT estão dentro do jogo do Capital. Nas palavras de Virgínia Fontes (Professora de UFF) é a esquerda do Capital.

- Para o povo, as políticas sociais assistencialistas continuam! Por mais que sabemos os resultados a curto e longo prazo dessa prática, de construção do Estado de Bem Estar Social, sabemos que, o povo que passa fome, encontra um melhora parcial de vida.

- Nas relações internacionais, certa tranqüilidade no sentido de não ter medo de voltar a ser um completo capacho dos Estados Unidos e da Europa. Por hora, agente só “escuta com mais atenção o que eles dizem”, mas não deixa de aceitar o “convite de tomar um café” com a presidenta da Argentina (que tem o desafio de governar sem o ex-presidente e marido agora), nem um mate com o Evo Morales.

- “Garantia” (com todas as aspas possíveis) de que o Pré-Sal não será privatizado e que sua riqueza será distribuída aos estados brasileiros e não ficará só com o Sudeste.

Para os movimentos feministas e os movimentos LGBTTT´s em geral:

- Uma esperança de uma possível legalização do aborto? Não saberia responder. Acredito que vai depender muito dos rumos e dos apoios que Dilma for angariando. Por mais que o Governo Lula tinha sinalizado uma abertura para ela questão, no sentido de por em vigor lei sobre o assunto a campanha de Dilma recuou na pauta com o medo de perder a eleição pela força do fundamentalismo religioso no país. Antes da campanha Dilma se mostrava muito mais simpática à pauta do que durante a campanha, se dizendo em documento oficial, particularmente contra o aborto.

- Sobre a lei de criminalização da homofobia: Ficou muito conhecido o pronunciamento de Serra de que vetaria a lei se eleito. Nesse ponto: Ufa! Acredito que a Dilma na questão da população LGBTTT será muito mais flexível, longe de ser a mãe dessa população, não é contra, como vinha mostrando Serra na esperança dos votantes religiosos (sem noção) “irem de 45”.

- Sobre a união civil homoparental: Acredito que há fortes possibilidades de no governo Dilma passar a lei. Seguindo os ventos vanguardistas da Argentina (que nesse ponto dos costumes sempre esteve a frente do Brasil, lembro aqui do direito ao divórcio, aprovado muito antes na Argentina do que no Brasil, e agora com a lei do casamento homoparental, com todos os direitos assegurados: adoção, herança...).

- Dilma, carrega um peso enorme de ser a primeira mulher presidenta do Brasil. Sempre que ela fizer algo errado, não será por ser do PT, ou ser uma pessoa, mas por ser mulher. Digo isso a título de ironia, que temo que vá acontecer, como já aconteceu na campanha, no ataque de Serra, e em outros países da América Latina que tiveram presidentes mulheres. Isso é dizer: Se Dilma fizer um mau governo será um retrocesso para a luta das mulheres em conquistar espaços de poder, espero que ela tenha ciência disso.

- Uma análise: Uma pergunta que me veio à cabeça é: Se o Lula não tivesse em “todas as fotos ao lado de Dilma” o Brasil teria sua primeira presidenta mulher? Parece-me que o Brasil não deixou de ser conservador do ponto de vista do machismo e da homofobia, a pensar na campanha do primeiro e do segundo turno, onde as questões usadas jogaram muito, por mais que, por vezes, de forma indireta, com essas questões. Poderíamos dizer que o “lulismo” fez o Brasil se esquecer da questão de gênero na eleição. Mas isso teria que ser mais aprofundado.
Para não perder o gostinho de ver o Serra perder, vale dizer:

Uma coisa que me chamou muito atenção é que o Serra realmente é muito ruim! Ele tinha o apoio da mídia, da extrema direita, de vários setores de igrejas de forte repercussão, como a Assembléia de Deus e até do Papa Bento XVI... E mesmo assim, perdeu uma eleição. E só para ele se roer de raiva, para uma mulher que já foi guerrilheira e comunista (FOI, não é).

Para finalizar, vale ressaltar que:

- Plínio de Arruda Sampaio do P-SOL, conseguiu fazer uma ótima campanha e levar o socialismo para as telas, conseguiu entrar na mídia e não rebaixou o debate socialista para isso!

E reafirmar que:

- A luta da esquerda continua! Independente de quem estiver no poder, seguimos nas ruas, nas praças, nas universidades, enfim, na sociedade como um todo, levantando a bandeira vermelha e acreditando a cada segundo que outro mundo não é só possível, mas também necessário, e uma certeza temos, esse outro mundo é socialista, democrático participativo e livre de qualquer preconceito ou opressão!

30 de out. de 2010

Siempre queda la búsqueda

(Primeira publicaçao do Blog em castellano)

Siempre queda la búsqueda. Nosotros estamos siempre buscando algo.

En general podríamos decir que siempre estamos buscando la felicidad. Ya que es algo muy general. La felicidad en cuanto definición cambia de uno a uno. Es decir, lo que me hace feliz no necesariamente va a hacer feliz a otra persona. No es un concepto universal, está lejos de ser universal para todos.

¿Pero, entonces, qué es, o quién es una persona feliz?

No sé si podremos pensar en personas que no buscan, es decir, que ya encontraron la felicidad. La felicidad puede ser algo que no notamos, que está en la jornada, en el camino y no necesariamente en la llegada. Hasta porque es mejor ser feliz durante toda la vida, o casi toda, do que solo en el final de la vida.

Un chileno, Claudio Naranjo (que él mismo se denominó un psicopatólogo de la sociedad), dijo que el sentido de la vida es dar frutos. Aprovechar nuestro potencial. Y dijo que en este camino no podemos ser condicionados por el mundo, o sea, que tenemos que quitar nuestro “policía interior”. Él parte de la idea de que la sociedad está enferma. Dijo también que tenemos que utilizar nuestra libertad de forma que sea socialmente útil. Y eso solo le parece posible si pensamos en una virtud sin moralismo, que, a su vez, solo es posible por el amor, o sea, a partir del amor, pero, el amor no condicionado a la normatividad.

Ya en Nietzsche leemos que el bien y el mal están construidos y lo que recibimos en nuestra búsqueda de la plenitud (en nuestra vida…): normas y reglas para ser cumplidas.
Nos enseñan lo que es cierto y lo que es errado. Lo que es considerado bueno o malo. Eso es decir que somos personas que están siempre aprendiendo lo que se puede hacer, donde se puede hacer, siempre, siempre condicionados por contratos sociales.

Hasta las cosas más básicas, cuestiones de sobrevivencia, como alimentarse son, como nos muestra la historia, cambiantes por el tiempo y por las culturas. Eso es decir que como ya nos decía Marx:
“todo lo que es sólido se desvanece en el aire”
. O sea, no podremos, en momento alguno naturalizar las cosas, sobre todo. Las relaciones sociales a las cuales estamos sometidos. Es el principio de toda aceptación del diferente, de todo el cambio que se quiera hacer en la sociedad.

Pensando en la educación como un factor de cambio social debemos fijarnos en que solo desaprendiendo es como vamos a conseguir enseñar y cambiar las cosas. Eso es decir, que tenemos que quitar nuestros prejuicios, nuestras verdades y conclusiones de las cosas. En esto encontramos la contradicción, una de las muchas que mueve la sociedad, que sólo dejando de saber, dejando de tener la razón, estamos listos para aprender, y así cambiarnos y cambiar todo a nuestro alrededor.

Por eso se suele decir que no es mejor educador aquel que enseña a sus alumnos, sino aquel que, desecho de su saber ayuda sus alumnos a aprender por su curiosidad de las cosas en un camino virtuoso, pero sin moralismos ni verdades normativas.



Gracias por la corrección Susana Pueyo.

24 de out. de 2010

Se você quer ser minha namorada... Vinícius de Moraes

Gostei muito desse texto, confeso que nao conhecia...

Se você quer ser minha namorada
Ai, que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exactamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser
Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarzinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber porquê
E se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo
Em meu caminho
E talvez o meu caminho
Seja triste pra você
Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos
E os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem que ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois.

Vinícius de Moraes

Tempo...

Muito tempo que nao postava nada.

Muita coisa aconteceu...

Estou em Bilbao, na Espanha, ou melhor, no País Vasco, ou melhor ainda, em Euscadi, de intercambio Erasmus Mundus...

Uma coisa que eu realmente nao esperava... Mas aqui estou.

Espero voltar a postar.

=D

22 de jun. de 2010

Sobre os países que ainda mantém colônias... ou seja, povos subordinados a seu poder...

Um bom pensamento nunca tem hora para ser postado:

Césaire, Aimé. Discurso Sobre El Colonialismo. Madrid: Ediciones Akal, S. A., 2006.

Aonde quero chegar? A esta idéia: que ninguém coloniza inocentemente, que tampouco ninguém coloniza impunimente; que uma nação que coloniza, que uma civilização que justifica a colonização e, portanto, a força, já é uma civilização doente, moralmente machucada, que inevitavelmente, de consequência em consequência, de negação em negação, chama o seu Hitler, quero dizer, seu castigo. (AIMÉ, 2006, p. 17)

Aimé é de um país colonizado pela França.

É preciso lembrar que até hoje há países que são colonizados, a França é um dos países que ainda mantém colônias.

Cadê a autonomia dos povos e nações?

Pois bem, discurso criado pelos próprios liberais, vive suas contradições...

Não vou me ater muito a parte teórica, mas depois de ter lido parte da obra deste autor não pude deixar de postas essa valiosa frase que ele nos trás...

O texto está disponível no Google Livros, confira:

http://books.google.com.br/books?id=B23CvWaeCWIC&printsec=frontcover&dq=Discurso%20do%20colonialismo&source=gbs_book_other_versions#v=onepage&q&f=false

Sergio Luis

19 de jun. de 2010

Homenagem a José Saramago!

Perdemos um grande escritor, uma grande pessoa...
Nesse momento só podemos olhar para trás e pensar o que ele nos deixou e quantos inspirou e ainda inspirará!

Abaixo segue um trecho que uma de suas vastas obras e um levantamento de seus prêmios e publicações:

Cerremos esta porta.
Devagar, devagar, as roupas caiam
Como de si mesmos se despiam deuses,
E nós o somos, por tão humanos sermos.
É quanto nos foi dado: nada.
Não digamos palavras, suspiremos apenas
Porque o tempo nos olha.
Alguém terá criado antes de ti o sol,
E a lua, e o cometa, o negro espaço,
As estrelas infinitas.
Se juntos, que faremos? O mundo seja,
Como um barco no mar, ou pão na mesa,
Ou rumoroso leito.
Não se afastou o tempo. Assiste e quer.
É já pergunta o seu olhar agudo
À primeira palavra que dizemos:
Tudo.

In Poesía completa, Alfaguara, pp. 636-637


Obras publicadas


Poesia
Os Poemas Possíveis, 1966
Provavelmente Alegria, 1970
O Ano de 1993, 1975

Crônica
Deste Mundo e do Outro, 1971
A Bagagem do Viajante, 1973
As Opiniões que o DL Teve, 1974
Os Apontamentos, 1976

Viagens a Portugal, 1981

Diários
Cadernos de Lanzarote I, 1994
Cadernos de Lanzarote II, 1995
Cadernos de Lanzarote III, 1996
Cadernos de Lanzarote IV
Cadernos de Lanzarote V

Teatro
A Noite, 1979
Que Farei Com Este Livro?, 1980
A Segunda Vida de Francisco de Assis, 1987
In Nomine Dei, 1993
Don Giovanni ou O Dissoluto Absolvido, 2005

Conto
Objeto Quase, 1978
Poética dos Cinco Sentidos - O Ouvido, 1979
O Conto da Ilha Desconhecida, 1997

Romance
Terra do Pecado, 1947
Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
Levantado do Chão, 1980
Memorial do Convento, 1982
O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
A Jangada de Pedra, 1986
História do Cerco de Lisboa, 1989
O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
Ensaio sobre a Cegueira, 1995
A Bagagem do Viajante, 1996
Todos os Nomes, 1997
A Caverna, 2001
O Homem Duplicado, 2002
Ensaio Sobre a Lucidez, 2004
As Intermitências da Morte, 2005
As Pequenas Memórias, 2006

Prêmios

Portugal
Prêmio da Associação de Críticos Portugueses por A Noite, 1979
Prêmio Cidade de Lisboa por Levantado do Chão, 1980
Prêmio PEN Clube Português por Memorial do Convento, 1982 e O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
Prêmio Literário Município de Lisboa por Memorial do Convento, 1982
Prêmio da Crítica (Associação Portuguesa de Críticos) por O Ano da Morte de Ricardo Reis
Prêmio Dom Dinis por O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1986
Grande Prêmio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1992
Prêmio Consagração SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), 1995
Prêmio Camões, 1995

Itália
Prêmio Grinzane-Cavour por O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1987
Prêmio Internacional Ennio Flaiano por Levantado do Chão, 1992

Inglaterra
Prêmio do jornal The Independent por O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1993

Internacionais
Prêmio Internacional Literário Mondello (Palermo), pelo conjunto da obra, 1992
Prêmio Literário Brancatti (Zafferana/Sicília), pelo conjunto da obra, 1992
Prêmio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (APE), 1993
Prêmio Consagração SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), 1995
Prêmio Nobel da Literatura, 1998

Abraços a todos e toddas,

Vejam alguns posicionamentos do escritor:
http://www.youtube.com/watch?v=a0-Twn5KiWM

27 de mai. de 2010

Sobre amores e desamores

Eu não ia postar nada hoje, os dias estão corridos, ou melhor, estou fazendo meus dias correrem demais, mas, sou "livre" para mudar isso? Acredita nisso quem quiser. rsrsrs.
Então, olhando uns arquivos antigos do PC (nem tão antigos assim, na verdade 2009 e 2008), encontrei uma frase e um poema que fiz a algum tempo. O poema em particular foi em momento onde passava por uma desilusão amorosa muito grande, uma das piores que já vivi... Ai vão elas...

Sofrer está ligado a amar
só que se não amamos só sofremos
e se amarmos, amamos e sofremos!

(Sergio Luis, em 3‎ de ‎julho‎ de ‎2009)


Penso eu…

Penso eu que o mundo está uma bagunça. O que deveria ser fica no discurso e o que nunca viria acontecer passa pela minha prostituta de luxo*.

Penso eu que alguns elementos não deveriam coexistir com o meu sentido, que o preconceito deveria ser banido e mesmo que a injustiça florescesse entre nós a eliminaríamos.

Penso eu que meu amor não é impossível é apenas uma paixão que ainda não foi normatizada, tão pouco abençoada pelas mãos daqueles que se dizem e se acham justos.

Penso ainda naquela senhora que quando jovem carregava muita esperança, ansiava que as coisas se acertassem, de modo, que, ela vivesse sem medo, sem ilusões e sem deixar de ser, fazer, agir como o seu interior lhe pedisse.

Penso eu que quando me perguntas se está “tudo bem?”, deveria realmente querer saber a verdadeira face do meu humor, e não apenas ouvir um rápido sim, ou um retribuído tudo bem para continuares a falar dos seus problemas.

Penso eu que quando me disser “não dá mais!”, que não queres mais amanhecer ao meu lado, seja porque realmente não te faço mais feliz e não por motivos externos que desconhecem a noção de justiça, que transgridem a linha tênue do cabível.

Penso eu que deveria estar te beijando até meus lábios cansarem e minha mente não compreende porque, contrariamente, estou escrevendo palavras, sem a sua presença, que formulam, mesmo que de forma pobre, meus sentimentos mais profundos, que nem mesmo eu domino ou decodifico.

Todavia, contudo, entretanto, do que me resolve pensar, escrever, sonhar?

A cada dia que se vai estes atos se tornam menos valorizados e produtivos, e produzir, independendo do método ou dos atingidos é a ordem do dia.

You are the man now! E se você não atende esse quesito, está fadado ao fracasso, ao preconceito, a pobreza e a vagar pelos seus pensamentos inalcançáveis eternamente!

E quando tudo terminar seremos felizes? Acaba? Felicidade, o que é?
São pessoas para contar? Ou ter o que contar?

Não sei muito, porém o pouco que sei me diz que quero e preciso ter você aqui comigo...

23 de novembro de 2008


* Prostituta de Luxo = Televisão, termo utilizado por alguns críticos da TV aberta brasileira, sobretudo a Rede Globo.

22 de mai. de 2010

Os militantes e as organizações: como fica essa relação?

Se o militante se dedica ao movimento, se entrega sua vida às causas maiores, se constrói suas relações sociais em torno das relações de militância, o movimento e/ou organização tem responsabilidade e compromisso moral com esses e essas militantes.

O que isso quer dizer?

Nós, militantes dos diferentes setores da sociedade civil organizada reiteramos nossas relações sociais.

Muitas vezes, abdicamos da própria família (estou entendendo família no sentido da família pequena burguesa, instituída pelo capital), ou então, construímos relações afetivas paralelas a elas no dia-a-dia da militância.

A recorrente prática de tática dois. Prática feita, direta ou indiretamente, oficial ou não, em que militantes de uma organização cooptam militantes para a sua organização através das relações afetivo-pessoais demonstram como esse viés é eficiente.

Relacionamos-nos com companheiros e companheira construindo laços afetivos que vão substituindo o modelo da família burguesa. Re-configurando a estrutura afetiva em que nos apoiamos para enfrentar os momentos difíceis na vida, não só na militância mais nas relações psico-afetivas.

Relações que se tornam alicerces de nossa vivencia, a ausência das mesmas, principalmente se de forma inesperada causam tremendo vazio, que resulta em uma profunda depressão. (Aqui teríamos outros exemplos possíveis, uma demissão inesperada, por exemplo)

As organizações que tem a prática de cobrar de seus militantes uma atuação integral, 24 horas por dia, intensificam essa quadro, muitas vezes fidelizando os militantes por essas relações, por mais que isso não seja claro, ou ainda não seja abertamente reconhecido como prática.

Claro que, uma concordância política mínima há, pois isoladas as relações não se sustentam. Porém, reiteramos o poder que essas práticas têm em nossa vida de militante.

Já caiu por terra, ou deveria ter caído, a idéia de que militante não tem vida pessoal, ou ainda, que deve se sacrificar por inteiro para a construção do movimento, ou pior ainda, da organização. (Entendendo que nenhum partido, organização ou outro “órgão” deveria estar à frente do movimento, da revolução, ou seja, da dedicação, essas organizações devem sim articular o processo, mas não colocar seus interesses de fortalecimento da entidade à frente dos/das trabalhadores, expropriados e explorados... enfim, da superação do capital).

A História tem nos mostrado que nos regimes de sistemas autoritários essas barreiras entre o público e o privado ficam ainda menores, se é que é possível, em qualquer contexto, separá-las de forma metódica.

Uma coisa, para mim, se torna a cada dia mais claro:

- A organização não deve interferir de forma nociva na vida intima dos e das militantes e tem que estar atenta quando seus e suas militantes estão passando por dificuldades de qualquer tipo, afinal, nós temos endereço, problemas, sentimentos, momentos de gáudios e de infortúnios, militantes, sim! Socialistas alguns, máquinas, nenhum!

12 de mai. de 2010

Opressões, até quando vão?

Texto que foi publicado no caderno para a pre-discussão do Encontro Regional dos Estudantes de História (EREH-SUL).
Por mais que esteja direcionado para a atuação da FEMEH - Federação do Movimento Estudantil de História, a qual venho construindo desde 2008, esse texto é fruto de um acumulo que venho criando e solializando sobre as questões de gênero e opressões em geral. Tenho cruzado tendencias marxistas com estudos pós-modernos, pensando que nem tudo que não é marxista merece ser jogado fora. A esses estudos só faltam o método materialista... rsrsrsrs. Brincadeiras teóricas a parte o texto é um bom fomentador de muitos debates possíveis...


Opressões, até quando vão?

Contribuição à FEMEH do CALH/UFSC (Centro Acadêmico Livre de História da Universidade Federal de Santa Catarina)

Em nosso dia-a-dia vários grupos são discriminados e sofrem opressão. Poderiamos falar de mulheres, homossexuais, negros e tantos outras caxinhas que pudessemos inventar para classificar, dividir e portanto dominar.
Mas quem domina? A História nos tem mostrado que o capitalismo vem cada vez mais aperfeisoando suas técnicas e dividir os grupos é uma dessas características. Por isso que a FEMEH em suas resoluções tem insentivado os movimentos LGBTTT`s classistas, pois na luta contra o capital todos estamos sendo oprimidos, proletários e burgueses, homens e mulheres.
Claro que se de um lado temos o recorte de classe que deve ser transversal, temos outros recortes possíveis como o de gênero.
Seria imprudente dizer que mulheres, enquanto uma categoria, não sofrem preconceitos. Seria idiotice não reconhecer a heterossexualidade normativa que assola nossa sociedade na família, na escola, em fim nas relações sociais como um todo, e o resultado disso são várias pessoas que não se identificam com essa normatividade sendo oprimidas em sua vida íntima e social.
O que podemos observar é que o natural, o normal ele é historiacamente construído, isso significa que nem sempre o normal foi, é ou será homens se relacionarem com mulheres, mulheres usarem saias e homens calças, mulheres serem femininas e homens másculos, essas posturas compreendidas no debate da construção de identidade de gênero estão em mudança no curso da História. Da mesma forma podemos pensar que nem sempre o capitalismo foi nosso sistema economico, por mais que a sociedade, entendasse nesse ponto, a classe dominante, nos leve a naturalizar as relações sociais e estagnar o processo de construção histórica. Afinal, é normal alguém passar fome enquanto outro vai á Paris, bem como, é normal a esposa ser submissa ao marido, homossexuais não poderem se beijar na rua e negros terem menos oportunidades que brancos?
O espaço do GD de Opressões no EREH SUL é um espaço para se debaterem essas questões. A partir disso se tiram políticas à nivel de FEMEH, que claro não são isoladas e sozinhas não possuem muita força, mas é de vital importancia, a começar pela discussão da historiografia na questão das relações de gênero, classe e etnia.
Debates importantes têm sido feitos dentro da FEMEH no ponto de opressões: Cotas para negros e negras, questões de gênero, fomento a criação de movimentos LGBTTT's classistas, repúdio de repressões a manifestações, combate a homofobia, incorporação ao currículo das escolas de questões como diversidade sexual, ampliação das políticas públicas para as mulheres e legalização do aborto.
Acreditamos que, um pouco influenciados pela teoria queer e banhados com uma visão socialista das coisas, o ideal é que independente de ser: negro, negra, homem, mulher, homossexual, transsexual, trangênero, bissexual... isso não determine as relações sociais ou oportunidades nesse convivio, devemos ser todos e todas iguais sem diferenciações, que só servem, e isso temos observado, para excluir, dominar e governar!

2 de mai. de 2010

Sobre o cotidiano e a ordem vigente

Sobre o cotidiano e a ordem vigente

Somos obrigados a produzir...
Deixamos de dar um abraço, de tomar um café, de olhar as nuvens e contemplar um pôr-do-sol.

Uma rotina nos é imposta.

O tempo se transforma em dinheiro na produção da mais-valia.
Por hora chagamos a um ponto onde não há felicidade plena nos marcos do capitalismo.

No meio de toda a disputa observamos algumas rosas.

Rosas coloridas: vermelhas, lilás, cor-de-rosa.

Elas mostram seu perfume mais sublime aos seus irmãos e irmãs. Subvertem a ordem posta, avançam na consciência, lançam seus olhares para além das relações naturalizadas pela classe dominante.

Frente ao capitalismo lançam seus espinhos. Quando suas pétalas são magoadas e seus sonhos feridos elas encontram sorrisos e amparo nos companheiros e companheiras presentes nas lutas, vitórias, derrotas e superações.

Essas rosas que não são as mesmas de ontem e nem serão as mesmas de amanha possuem paciência histórica, sabem que a luta é muito mais do que a sua luta, mas que ela se iniciou muito antes do seu desabrochar e seguirá após suas pétalas secarem...

Rosas renovadas, que incluem os novos sujeitos e não fazem coro a nenhum tipo de opressão.

Reconhece que todos e todas estamos na luta, no combate ao capital e na projeção/construção de uma nova sociedade.

Podemos ser poucos ou poucas, mas nossa força é indiscutivelmente não “sub-estimável”, caem dois surgem quatro.

No cultivo da terra sem amo seguimos... Construtores e sonhadores, pois sabemos que caminhando, lado a lado, trilhamos um caminho, o único possível, o único onde conseguiremos respirar aliviados...

O SOCIALISMO!


Sergio Luis
28.04.2010

Infortúnios, gáudios e socialismo???

Criação do Blog: Infortúnios, gáudios e socialismo???

Há tempos que penso em criar um Blog. Pois bem, hoje estou finalmente criando-o!

Perguntei-me várias vezes da utilidade de criar um blog. Qual sua utilidade e o que a sua criação causaria?

Depois de muito de pensar percebi que:
- É mais uma coisa para tomar nosso tempo, no mundo contemporâneo há muitas coisas que o fazem, coisas meio inúteis (ou não). Lembramos aqui do Orkut, MSN, Face book, twitter, salas de bate papo, listas de e-mails dentre tantos outros exemplos possíveis.
- Talvez alguém leia. Mas ler o que? Pra que? Bem, isso já se torna filosófico demais para um projeto de historiador responder não?

Cheguei à seguinte conclusão:
- Tantas vezes pensei em criá-lo, pois bem, o faço. Se alguém ler, melhor, se não, vou aprimorando o convívio com a arte de escrever, as palavras e os problemas da sociedade.

Mas por que "Infortúnios, gáudios e socialismo"?
Eu respondo, ou tento.
Infortúnios, bem, a vida é feita deles, por eles crescemos ou nos destruímos, a menos que viveis em uma bolha não há vida, nem amadurecimento sem provações e sofrimentos...
Gáudios, um sinônimo de alegria, bem pouco conhecido. É o que nos move... Sem as alegrias não sobrevivemos, sem os bons momentos não temos forças para superar os infortúnios. As alegrias são criadas, coletivamente, nunca sozinhas, precisam ser cultivamos esses momentos. Já os infortúnios simplesmente nos cercam, não há como escapar. Se a força vem de gáudios, precisamos deles.
Socialismo, esse último, mas não menos importante, pelo contrário, o mais importante dos três é o que me move, o que me marca, o que me constitui. Postura política difícil, luta cotidiana e jornada de vários séculos travada por uma classe, a produtora das riquezas da humanidade, a trabalhadora! Essa palavra me guia, ou melhor, esse projeto, ou melhor, ainda, esses projetos, campo fértil para várias esquerdas, várias interpretações, mas um eixo em comum: como está não dá para ficar! Socialismo como alternativa ao mundo destrutivo do capitalismo.

Explicado o título do Blog, ou não, rsrs...
Basta seguir a diante...

Abraços e Beijos a todos e todas.