Texto que foi publicado no caderno para a pre-discussão do Encontro Regional dos Estudantes de História (EREH-SUL).
Por mais que esteja direcionado para a atuação da FEMEH - Federação do Movimento Estudantil de História, a qual venho construindo desde 2008, esse texto é fruto de um acumulo que venho criando e solializando sobre as questões de gênero e opressões em geral. Tenho cruzado tendencias marxistas com estudos pós-modernos, pensando que nem tudo que não é marxista merece ser jogado fora. A esses estudos só faltam o método materialista... rsrsrsrs. Brincadeiras teóricas a parte o texto é um bom fomentador de muitos debates possíveis...
Opressões, até quando vão?
Contribuição à FEMEH do CALH/UFSC (Centro Acadêmico Livre de História da Universidade Federal de Santa Catarina)
Em nosso dia-a-dia vários grupos são discriminados e sofrem opressão. Poderiamos falar de mulheres, homossexuais, negros e tantos outras caxinhas que pudessemos inventar para classificar, dividir e portanto dominar.
Mas quem domina? A História nos tem mostrado que o capitalismo vem cada vez mais aperfeisoando suas técnicas e dividir os grupos é uma dessas características. Por isso que a FEMEH em suas resoluções tem insentivado os movimentos LGBTTT`s classistas, pois na luta contra o capital todos estamos sendo oprimidos, proletários e burgueses, homens e mulheres.
Claro que se de um lado temos o recorte de classe que deve ser transversal, temos outros recortes possíveis como o de gênero.
Seria imprudente dizer que mulheres, enquanto uma categoria, não sofrem preconceitos. Seria idiotice não reconhecer a heterossexualidade normativa que assola nossa sociedade na família, na escola, em fim nas relações sociais como um todo, e o resultado disso são várias pessoas que não se identificam com essa normatividade sendo oprimidas em sua vida íntima e social.
O que podemos observar é que o natural, o normal ele é historiacamente construído, isso significa que nem sempre o normal foi, é ou será homens se relacionarem com mulheres, mulheres usarem saias e homens calças, mulheres serem femininas e homens másculos, essas posturas compreendidas no debate da construção de identidade de gênero estão em mudança no curso da História. Da mesma forma podemos pensar que nem sempre o capitalismo foi nosso sistema economico, por mais que a sociedade, entendasse nesse ponto, a classe dominante, nos leve a naturalizar as relações sociais e estagnar o processo de construção histórica. Afinal, é normal alguém passar fome enquanto outro vai á Paris, bem como, é normal a esposa ser submissa ao marido, homossexuais não poderem se beijar na rua e negros terem menos oportunidades que brancos?
O espaço do GD de Opressões no EREH SUL é um espaço para se debaterem essas questões. A partir disso se tiram políticas à nivel de FEMEH, que claro não são isoladas e sozinhas não possuem muita força, mas é de vital importancia, a começar pela discussão da historiografia na questão das relações de gênero, classe e etnia.
Debates importantes têm sido feitos dentro da FEMEH no ponto de opressões: Cotas para negros e negras, questões de gênero, fomento a criação de movimentos LGBTTT's classistas, repúdio de repressões a manifestações, combate a homofobia, incorporação ao currículo das escolas de questões como diversidade sexual, ampliação das políticas públicas para as mulheres e legalização do aborto.
Acreditamos que, um pouco influenciados pela teoria queer e banhados com uma visão socialista das coisas, o ideal é que independente de ser: negro, negra, homem, mulher, homossexual, transsexual, trangênero, bissexual... isso não determine as relações sociais ou oportunidades nesse convivio, devemos ser todos e todas iguais sem diferenciações, que só servem, e isso temos observado, para excluir, dominar e governar!
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