22 de jun. de 2010

Sobre os países que ainda mantém colônias... ou seja, povos subordinados a seu poder...

Um bom pensamento nunca tem hora para ser postado:

Césaire, Aimé. Discurso Sobre El Colonialismo. Madrid: Ediciones Akal, S. A., 2006.

Aonde quero chegar? A esta idéia: que ninguém coloniza inocentemente, que tampouco ninguém coloniza impunimente; que uma nação que coloniza, que uma civilização que justifica a colonização e, portanto, a força, já é uma civilização doente, moralmente machucada, que inevitavelmente, de consequência em consequência, de negação em negação, chama o seu Hitler, quero dizer, seu castigo. (AIMÉ, 2006, p. 17)

Aimé é de um país colonizado pela França.

É preciso lembrar que até hoje há países que são colonizados, a França é um dos países que ainda mantém colônias.

Cadê a autonomia dos povos e nações?

Pois bem, discurso criado pelos próprios liberais, vive suas contradições...

Não vou me ater muito a parte teórica, mas depois de ter lido parte da obra deste autor não pude deixar de postas essa valiosa frase que ele nos trás...

O texto está disponível no Google Livros, confira:

http://books.google.com.br/books?id=B23CvWaeCWIC&printsec=frontcover&dq=Discurso%20do%20colonialismo&source=gbs_book_other_versions#v=onepage&q&f=false

Sergio Luis

19 de jun. de 2010

Homenagem a José Saramago!

Perdemos um grande escritor, uma grande pessoa...
Nesse momento só podemos olhar para trás e pensar o que ele nos deixou e quantos inspirou e ainda inspirará!

Abaixo segue um trecho que uma de suas vastas obras e um levantamento de seus prêmios e publicações:

Cerremos esta porta.
Devagar, devagar, as roupas caiam
Como de si mesmos se despiam deuses,
E nós o somos, por tão humanos sermos.
É quanto nos foi dado: nada.
Não digamos palavras, suspiremos apenas
Porque o tempo nos olha.
Alguém terá criado antes de ti o sol,
E a lua, e o cometa, o negro espaço,
As estrelas infinitas.
Se juntos, que faremos? O mundo seja,
Como um barco no mar, ou pão na mesa,
Ou rumoroso leito.
Não se afastou o tempo. Assiste e quer.
É já pergunta o seu olhar agudo
À primeira palavra que dizemos:
Tudo.

In Poesía completa, Alfaguara, pp. 636-637


Obras publicadas


Poesia
Os Poemas Possíveis, 1966
Provavelmente Alegria, 1970
O Ano de 1993, 1975

Crônica
Deste Mundo e do Outro, 1971
A Bagagem do Viajante, 1973
As Opiniões que o DL Teve, 1974
Os Apontamentos, 1976

Viagens a Portugal, 1981

Diários
Cadernos de Lanzarote I, 1994
Cadernos de Lanzarote II, 1995
Cadernos de Lanzarote III, 1996
Cadernos de Lanzarote IV
Cadernos de Lanzarote V

Teatro
A Noite, 1979
Que Farei Com Este Livro?, 1980
A Segunda Vida de Francisco de Assis, 1987
In Nomine Dei, 1993
Don Giovanni ou O Dissoluto Absolvido, 2005

Conto
Objeto Quase, 1978
Poética dos Cinco Sentidos - O Ouvido, 1979
O Conto da Ilha Desconhecida, 1997

Romance
Terra do Pecado, 1947
Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
Levantado do Chão, 1980
Memorial do Convento, 1982
O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
A Jangada de Pedra, 1986
História do Cerco de Lisboa, 1989
O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
Ensaio sobre a Cegueira, 1995
A Bagagem do Viajante, 1996
Todos os Nomes, 1997
A Caverna, 2001
O Homem Duplicado, 2002
Ensaio Sobre a Lucidez, 2004
As Intermitências da Morte, 2005
As Pequenas Memórias, 2006

Prêmios

Portugal
Prêmio da Associação de Críticos Portugueses por A Noite, 1979
Prêmio Cidade de Lisboa por Levantado do Chão, 1980
Prêmio PEN Clube Português por Memorial do Convento, 1982 e O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
Prêmio Literário Município de Lisboa por Memorial do Convento, 1982
Prêmio da Crítica (Associação Portuguesa de Críticos) por O Ano da Morte de Ricardo Reis
Prêmio Dom Dinis por O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1986
Grande Prêmio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1992
Prêmio Consagração SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), 1995
Prêmio Camões, 1995

Itália
Prêmio Grinzane-Cavour por O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1987
Prêmio Internacional Ennio Flaiano por Levantado do Chão, 1992

Inglaterra
Prêmio do jornal The Independent por O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1993

Internacionais
Prêmio Internacional Literário Mondello (Palermo), pelo conjunto da obra, 1992
Prêmio Literário Brancatti (Zafferana/Sicília), pelo conjunto da obra, 1992
Prêmio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (APE), 1993
Prêmio Consagração SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), 1995
Prêmio Nobel da Literatura, 1998

Abraços a todos e toddas,

Vejam alguns posicionamentos do escritor:
http://www.youtube.com/watch?v=a0-Twn5KiWM